用葡萄牙语 讲述历史23
O movimento não morreria no nascedouro, como muitos supunham. Chegara a Recife o Deputado Joaquim Nunes Machado, que gozava de grande popularidade entre os praieiros e era considerado o chefe mais importante dos liberais, na área. Sua entrada em cena assegurava aos insurretos o estimulo que necessitavam. Aglutinados em torno do líder, novos contingentes concentraram-se, desta vez nas matas de Catucá, onde se destacava a figura de Antônio Borges da Fonseca, jornalista e revolucionário; para alguns era um herói; para outros, um impostor. Combateu a princípio os praieiros, mas filiou-se a eles no final de 1848. Panfletário, dirigiu diversos periódicos revolucionários, especialmente O Repúblico. Redigiu o manifesto, lançado em 10 de janeiro de 1849, anunciando os propósitos dos chefes praieiros quanto ao movimento.
Em Catucá, as forças do Exército enfrentavam com enormes dificuldades as operações de guerrilha dos praieiros mas enfim conseguiram expulsá-los da região (11 de dezembro de 1848). Pressionados, os revoltosos resolveram retirar-se para Goiana e em seguida para novo acampamento, em Igaraçu.
O governo imperial começava a preocupar-se com a revolta e resolveu nomear o Dr. Manuel Vieira Tosta (depois Marquês de Muritiba), Presidente da Província. Para obter a pacificação e evitar o derramamento de sangue Tosta fez uma proclamação aos pernambucanos, assegurando-lhes tratamento justo e oferecendo-lhes perdão. Para o Comando das Armas e das forças em operação a escolha havia recaído no Brigadeiro José Joaquim Coelho (depois Barão da Vitória).
A resposta liberal foi pronta: os chefes praieiros divulgaram pela imprensa artigos em que contestavam os propósitos do novo Presidente. Tosta procurou agir com serenidade e firmeza. Os praieiros, exaltados, começaram a se reunir em Água Preta, planejando atacar Recife com cerca de 2 mil homens.
O Brigadeiro Coelho dirigiu suas forças contra os praieiros derrotando-os em Cruangi em 20 de dezembro de 1848.
Combate de Recife (Fig 2).
Na manhã de 2 de fevereiro de 1849, os rebeldes investiram com todas as suas forças contra a capital da Província. A defesa, organizada pelo Coronel Amorim Bezerra, resistiu desesperadamente nas ruas e praças. Os entrechoques eram violentos; as forças legais não tinham confiança no êxito da luta. Então o Brigadeiro Coelho, no encalço dos rebeldes, conseguiu colhê-los pela retaguarda, na praia. Morto Nunes Machado, participante do ataque ao quartel de Soledade e figura de grande prestígio entre os praieiros, os revoltosos perderam o ímpeto e resolveram retirar-se. Era uma nova vitória das forças do Exército. Encontravam-se na área 10 navios da Esquadra (capitânia a fragata Constituição) sob o comando do Capitão-de-Fragata Joaquim José Ignácio, que tiveram oportunidade de participar da luta. Estava presente também por casualidade, o Capitão-de-Mar-e-Guerra Joaquim Marques Lisboa, que não titubeou em entrar no combate. Contingentes de marinheiros e fuzileiros desembarcaram para participar da defesa de Recife. Nesse combate distinguiram-se os jovens Tenentes José da Costa Azevedo (depois Barão do Ladário) e Elisiário Antônio dos Santos (depois Barão de Angra).