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O ataque é desencadeado, em 31 de marco de 1778, com sucesso. A tropa foi empregada em três colunas, conquistando os fortes que estavam em poder dos espanhóis. Apenas o forte da Barra exigiu maior esforço.
A 1a.Coluna foi constituída pelo Regimento de Estremoz e pelo 1o.Regimento de Infantaria do Rio de Janeiro, reconquistando o Forte de Mosquito; a 2a.Coluna constituída pelos Regimentos de Moura e o de Bragança, responsáveis pelo ataque principal, desencadeado à noite, conquistaram o Fortes de Trindade e de Mangueira. De posse dessas fortificações, a tropa portuguesa utilizou-se dos canhões inimigos, capturados, para bombardear a esquadrilha naval espanhola, surta nas proximidades.
Em prosseguimento, no dia 1o.de abril, a 2a.Coluna conquistou mais os Fortes Novo e da Barra. É então dado um ultimato aos espanhóis que nada puderam fazer a não ser abandonar a vila de Rio Grande, na madrugada do dia seguinte.
Chegam na região, neste momento (1776) alguns recrutas açoreanos, destinados aos Regimentos de Moura e Estremoz.
Os três Regimentos portugueses retornaram ao Rio de Janeiro, em 1778, cobertos de glórias. Haviam cumprido sua missão, reconquistando as terras portuguesas, no sul do Brasil.
Para reforçar a guarnição de Vila Rica, o Regimento de Estremoz, foi enviado para Minas Gerais, face à Conjuração Mineira com a qual o comandante do Regimento de Cavalaria local, Tenente-Coronel Francisco de Paula Freire e o Alferes Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, estavam envolvidos.
Abortada a Conjuração, condenados seus lideres, 21 de abril de 1792, foi a data estabelecida para o enforcamento de Tiradentes, pró-martir da Independência brasileira. Neste dia, lá estavam os Regimentos de Estremoz e de Moura.
Este 21 de abril “foi um belo Sábado de sol radioso”. O Conde de Rezende havia ordenado que tudo se fizesse para tornar aparatosa a execução do Alferes Silva Xavier”.
Soldados do Regimento de Moura, em uniforme de gala, postavam-se em duas alas ao longo da rua da Cadeia, (hoje da Assembléia) e rua do Piolho (hoje rua da Carioca), até o Largo da Lampadosa (ou São Domingos). Neste local, o Regimento de Estremóz mais os 1o. e o 2o. de Granadeiros formavam um triângulo entorno do patíbulo. Nas imediações do Largo de São Francisco, permanecia o Regimento de Artilharia. Tudo sob o comando do Brigadeiro Pedro Alves de Andrade.
O Regimento de Cavalaria e o grosso da tropa do Regimento de Moura, guardavam o Palácio do Vice-rei.
Tiradentes, vai da prisão até o patíbulo, escoltado por soldados do Regimento de Moura, precedido por alguns cavalarianos. Para alguns teria seguido a pé, para outros em uma carreta tracionada por alguns forçados, ainda com correntes nos pés”.
Fechava o cotejo, elementos do Esquadrão de Cavalaria do Vice-Rei. No Largo da Lampadosa o Regimento de Estremoz aguardava pelo prisioneiro.
Terminada a escolta, entregue o condenado, os soldados do Regimento de Moura retornam para o Palácio do Vice-Rei.
Enforcado Tiradentes, seu corpo é esquartejado e seus pedaços, após serem salgados, distribuídos pela estrada para Vila Rica.
O Regimento de Estremoz, ao retornar ao Rio de Janeiro, permaneceu aquartelado em Parati e Ilha Grande, com parte de seu efetivo retornando para o Sul. Assim permaneceu por quatro anos, quando foi reagrupado no Rio Grande, onde permaneceu até 1802, retornando ao Rio de Janeiro.
O Regimento de Moura, cumprida a missão no Sul, retorna para o Rio de Janeiro, com a denominação alterada para 3ºRegimento de Infantaria, após absorver efetivos dos Regimentos de Infantaria do Rio de Janeiro, conforme determinou a Carta Régia de 23 de outubro de 1793. Passou a ter dez Companhias.
O Regimento de Bragança retorna à Corte, dividido em dois. O 1º e o 2ºRegimentos de Infantaria, a dez Companhias, cada um. Para isso, os novos Regimentos, receberam também efetivos dos Regimentos de Infantaria do Rio de Janeiro.
Com a transmigração da Família Real Portuguesa para o Brasil, quando da invasão napoleônica, ao chegar no Rio de Janeiro, o Príncipe Regente D. João, ordenou a invasão da Guiana Francesa. Coube ao 3ºRegimento de Infantaria ( o Moura) a importante missão. A unidade retorna vitoriosa, ao Rio de Janeiro.
Em 1818, decidida nova organização, o 3º Regimento de Infantaria teve suas duas Companhias de Caçadores e duas de Granadeiros reunidas a suas correspondentes dos 1º e 2º Regimentos de Infantaria ( oriundos do Bragança ). Estas Companhias passaram a constituir os Batalhões de Caçadores e de Granadeiros. Ao perderem estas quatro Companhias, os três Regimentos passaram a denominar-se Batalhão de Fuzileiros da Corte, constituídos de um Estado-Maior e um Estado-Menor e apenas seis Companhias.
Entra o ano de 1822 e o movimento de independência, no Brasil, vai tomando vulto. As tropas vão se envolvendo, os comandantes vão tomando posição. A situação é delicada. O General Avilês, comandante das tropas portuguesas chega tramar, no 3º Batalhão de Fuzileiros da Corte, oriundo do Regimento de Moura, o seqüestro do Príncipe Regente.
Os 1º e 2º Batalhão de Fuzileiros da Corte, oriundos do Bragança declaram-se solidários a D. Pedro. O Regimento de Estremoz permanece uma incógnita. Não toma partido. Permanece em silêncio.
Logo após a Independência, o Regimento de Estremoz é enviado para Belém, do Pará, onde é dissolvido e seu efetivo, juntamente com o do Regimento Imperial do Pará vão constituir os 24º e o 25ºBatalhão de Caçadores, depois 5º e 16ºBatalhões, extintos em 1839. Nada mais se fala sobre o Regimento de Estremoz, no Brasil.
Após a Independência, os Batalhões de Fuzileiros da Corte passam a denominar-se Batalhão de Caçadores, conforme a “Tabela de Nova Organização”, publicada em 18 de outubro de 1822.
O 1ºBatalhão de Fuzileiros passa a ser o 2º de Caçadores; o 2º de Fuzileiros, o 3ºde Caçadores: e o 3ºde Fuzileiros, o 4ºde Caçadores. Os dois primeiros oriundos do Bragança e o último, do Moura.
Partindo destes três Batalhões de Caçadores é possível acompanhar a trajetória dessas cinco unidades brasileiras, herdeiras das tradições e glórias do Regimentos portugueses.